Andreoli, Significa, S2Publicom, S/A Comunicação, CDN, Espalhe, InPress, Ketchum, Ideal e ConceptPR. Desde 2010, pelo menos dez agências brasileiras foram compradas por grandes grupos de comunicação ou redes de relações públicas.
Com exceção da CDN, todas as compras foram feitas por multinacionais. E, fora a InPress, na qual os fundadores continuam no controle, todas tiveram seu controle acionário mudando de mãos nos últimos cinco anos.
Como mostrou a compra pelo WPP das agências Ideal e ConceptPR, dos jornalistas Eduardo Vieira e Ricardo Cesar, concretizada na semana passada, mesmo com o cenário desfavorável e movimentos mais cautelosos, o mercado nacional não deixa de interessar às grandes holdings globais. O setor de relações públicas foi um dos mais movimentados dos últimos anos (veja quadro abaixo) e ainda tem potencial para fusões e aquisições.
Entre os grandes players internacionais, ainda não estão presentes neste segmento no País holdings como Havas (11ª no ranking de relações públicas) e Dentsu (43ª do mundo no segmento). E há outras dispostas a aumentar o peso dos serviços de relações públicas e produção de conteúdo digital, como o caso do Publicis Groupe, que também chegou a negociar com a Ideal.
Por outro lado, alimenta as possibilidades de novos negócios o fato do setor ainda ser povoado por muitas agências 100% nacionais de diversos portes: desde a líder do ranking local – e 22ª maior do mundo – FSB, até outras como Grupo Máquina, Approach, Textual, CDI e RMA, por exemplo.
Além dos caminhos de fusões e aquisições, os grandes grupos globais também estão aumentando sua presença no mercado brasileiro de relações públicas com o lançamento aqui de novos escritórios de suas redes. É o que oficializa agora a Edelman, com o lançamento da operação da Zeno, sua segunda marca que existe há 17 anos no mercado norte-americano e está presente em 15 países.
Nos últimos anos, chegaram ou se fortaleceram no País a FleishmanHillard, a Weber Shandwick, a Golin, a Brunswick e a Llorente & Cuenca
A necessidade de fortalecimento de suas marcas globais de relações públicas no País foi um dos motivos que levou o WPP a fechar o negócio da semana passada. Com a compra das agências Ideal e ConceptPR, a holding inglesa turbina duas de suas redes globais no Brasil: a Hill + Knowlton Strategies, cujo escritório local se funde com a Ideal na nova Ideal H+K Strategies; e a Ogilvy PR, que incorpora a Concept.
“Nosso acordo com o WPP não é de longo prazo. Não não é uma reta de chegada, mas uma linha de partida para construirmos juntos o projeto de agências de relações públicas que queremos”, frisa Ricardo Cesar, que, assim como seu sócio, Eduardo Vieira, tem 38 anos. “Entramos em uma importante fase de integração das agências, com a meta de concluir esta etapa o mais rápido possível. O principal desafio das duas fusões será a integração de culturas, mas tanto a Ideal como a Concept já tentavam reproduzir nas relações públicas a visão que o David Ogilvy implementou na publicidade. Isso tornará mais fácil a união da Ogilvy PR com a Concept, que já nasceu com DNA criativo. Já com a Hill + Knowlton não é um pouco diferente, porque a rede passa por um período de transformação, com a adição de novos serviços que também queremos oferecer no Brasil”, comenta Vieira.