A Petrobras está cada vez mais distante da venda de seus ativos na Argentina. A empresa que até agora apresentava mais interesse em fechar negócio, a petrolífera estatal YPF, interrompeu a negociação por achar que o valor pedido não é muito alto, segundo informaram fontes a par das conversas.
A oferta da YPF chegou próxima dos US$ 900 milhões, mas, segundo as fontes, a empresa brasileira não aceita desfazer-se dos seus ativos no país por menos de US$ 1,2 bilhão. Nenhuma das duas empresas confirma as informações. Segundo porta-voz da Petrobras, “em nenhum momento foi anunciada a venda de ativos na Argentina e nem tampouco eventual oferta de algum interessado neles“. Para a YPF, poderia ser mais interessante fechar o negócio agora. Faltam menos de três semanas para a eleição presidencial, um momento menos oportuno para compra de ativos. Apesar disso, o presidente da estatal, Miguel Galuccio, conta com prestígio no mercado e os meios políticos, tanto do lado dos governistas como da oposição, acreditam que ele será mantido no comando da empresa.
As reservas de gás da Petrobras são o principal interesse da YPF. No início de 2014, a estatal argentina adquiriu, por US$ 800 milhões, as operações da Apache, uma petrolífera local, o que já permitiu à líder no setor de petróleo transformar-se na maior produtora de gás do país. Mas, segundo as fontes, os ativos da empresa brasileira não valem o valor pedido.
As operações da Petrobras na Argentina englobam produção e refinarias de petróleo e gás e também comercialização de combustíveis. A Petrobras já conseguiu dar um pequeno passo na venda de ativos na Argentina. No ano passado, quando a companhia enfrentava o escândalo de corrupção que deflagrou a operação Lava-Jato, vendeu, por US$ 101 milhões, alguns campos de petróleo e gás na província de Santa Cruz, no extremo Sul do país.
O grupo argentino Corporación America, que ficou com esses ativos, anunciou, poucos dias depois, investimento de US$ 100 milhões no local, pois percebeu que o potencial da área era maior do que o explorado até então.
A YPF era até aqui a principal interessada nas operações da companhia brasileira, que instalou-se na Argentina há quase 13 anos. Mas, segundo fontes, outras três empresas Pan American Energy (PAE), Plustpetrol e Tecpetrol também teriam recebido cartas da Petrobras oferecendo seus ativos.