O grupo NotreDame Intermédica, um dos maiores conglomerados de planos de assistência médica do País, concluiu na semana passada a aquisição da Santamália Saúde, empresa com forte atuação no Grande ABC. O negócio, acertado pelas empresas em julho (o valor não foi revelado), só foi formalizado agora, depois da aprovação do negócio, há poucos dias, pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
As atividades da Santamália atraíram o interesse pelo fato de contarem com boa rede própria, o que possibilitará a complementariedade da oferta de serviços, segundo o presidente do grupo NotreDame, Irlau Machado Filho.
Sua empresa tem hoje, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, oito hospitais, 11 PSs (Prontos-Socorros) e 57 centros clínicos e unidades de medicina preventiva (no Grande ABC, são seis centros clínicos, um PS e uma unidade de medicina preventiva), além de ampla rede credenciada, enquanto a Santamália atua com 17 centros clínicos e cinco unidades de pronto atendimento (dos quais, quatro PAs e cinco centros médicos estão na região. Ainda não foi definido quando toda essa estrutura passará a adotar uma única marca.
ESTRATÉGICA
Machado Filho assinala ainda que, para o grupo, o Grande ABC – onde passa a ter agora carteira de 220 mil beneficiários (dos quais 180 mil da empresa adquirida) – não é estratégica. As sete cidades, que contam com bom poder aquisitivo, têm 2,6 milhões de habitantes e potencial para a companhia crescer, avalia o executivo.
Ele garante que os clientes de ambas as empresas tendem a ganhar com o negócio, já que, com a maior escala de compras do grupo após o negócio, por exemplo, será possível negociar melhor com fornecedores e repassar essa vantagem ao usuário. “No longo prazo, teremos a oportunidade de reduzir custos dos planos”, diz.
E apesar de as duas companhias terem unidades próprias por aqui e haver possibilidade de sinergia das atividades, Machado Filho diz que a perspectiva não é de aproveitar o quadro de funcionários (cerca de 800) da Santamália. “A maior parte está nos hospitais e clínicas. É o que precisamos, vale ressaltar que haverá oportunidade de crescimento profissional”. O grupo NotreDame tinha, antes da aquisição, 6.800 empregados.
EXPANSÃO
O grupo vem em ritmo de crescimento de vendas e uma das fórmulas para isso, segundo o presidente, não é uma estrutura verticalizada (baseada principalmente na rede própria de atendimento). “Conseguimos controlar os custos de forma bastante contundente e repassar isso aos clientes, mantendo um padrão de qualidade reconhecido por nosso público”, afirma. Para este ano, Machado Filho projeta incremento de 20%. “Deveremos vender 1 milhão de planos”, diz. O conglomerado tem faturamento anual (sem incluir a aquisição) de R$ 3,2 bilhões, enquanto a Santamália fechou 2014 com R$ 458 milhões de receita.