SÃO PAULO (Reuters) – O grupo segurador japonês Mitsui Sumitomo mira oportunidades de aquisições no Brasil, dentro de seu plano de expansão global, que inclui ser um dos maiores no país, disse nesta quarta-feira o presidente mundial do grupo, Yasuyoshi Karasawa.
“Estamos dispostos a estudar eventuais candidatos no Brasil”, disse o executivo a jornalistas. “O Brasil não é extremamente importante para expandirmos nossos negócios internacionais.”
O Mitsui Sumitomo, companhia central da MS&AD Insurance Group Holdings, comprou quase 170 milhões de dólares em ativos fora do Japão no primeiro semestre e outra rodada de aquisições do mesmo porte deve acontecer até março de 2016.
Isso sem contar a compra em setembro, por 3,5 bilhões de libras, da Amlim, segunda maior seguradora no mercado Lloyd’s de Londres, um dos maiores mercados do ramo do mundo.
Embora esteja celebrando 50 anos no Brasil, a participação da seguradora, especializada em segmentos como automotivo e catástrofes naturais, não é modesta, não aparecendo nem entre as 20 maiores em volume de prêmios no país.
Mas desde outubro de 2014, quando fez uma injeção de 350 milhões de reais no capital, a companhia deu um claro sinal de que pretende mudar essa realidade.
“Queremos ser um dos 10 maiores no país”, disse Karasawa, sem definir prazos. “Estudamos parceria com alguma companhia que tenha forma e filosofia parecida com a nossa.”
Segundo o executivo, apesar do momento turbulento, com recessão econômica e crise política, o Brasil segue no caminho para ser a quinta maior economia do mundo até 2050, o que justifica a aposta.
Com 303 funcionários em 12 cidades do Brasil, o Mitsui Sumitomo cresceu 23 por cento o volume de prêmios emitidos no primeiro semestre no país, ante mesma etapa de 2014.
A aposta em mercados internacionais acontece no momento em que o governo japonês tem ampliado medidas de expansão monetária para tentar dar fôlego à economia doméstica, o que deixa maior margem para investimentos em ativos considerados de maior risco.
O Mitsui Sumitomo havia definido já em 2013 um plano de quatro anos para expansão para fora do Japão. A companhia tem como meta elevar dos atuais 25 para 45 por cento a fatia não japonesa de suas receitas. Antes da compra da Amlim, esse percentual era de 10 por cento.
(Por Aluísio Alves)