A varejista on-line Netshoes precisa fazer mudanças estruturais urgentes, ou até mesmo fechar o capital, para conseguir se recuperar e encontrar o caminho do lucro. A avaliação não é de analistas e consultores ouvidos pelo Valor. Para eles, a companhia, que por anos a fio foi apontada como um caso de sucesso, acabou transformando-se em um conjunto de problemas.
Marcio Kumruian, cofundador e presidente da Netshoes, batia o martelo na estreia da empresa na Nyse em abril de 2017 – empresa não deslanchou
Desde que abriu o capital na bolsa de Nova York, em abril do ano passado, a Netshoes carrega uma estrutura pesada, com altos gastos de marketing; e uma operação pequena de “marketplace” (shopping virtual, em que são vendidos produtos de terceiros). O portfólio, antes focado em calçados, vestuário e artigos esportivos, abriu-se para produtos fora desse universo, mas as vendas não reagiram. Há dificuldades para avançar no Brasil, cuja economia cresce pouco e devagar. E na América Latina a empresa também não está conseguindo aumentar as vendas. “Foi um erro a Netshoes ter aberto capital nos Estados Unidos. Poderia ter captado recursos de investidores estrangeiros no Brasil”, disse Dоuglas Carvalho, sócio da Target Advisor, consultoria especializada em varejo.