Grifes mostram cautela com Brasil

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Por Adriana Mattos | De São Paulo

O presidente da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, Carlos Jereissati Filho, disse ontem em teleconferência com analistas que ainda há interesse de marcas estrangeiras no mercado brasileiro – para abertura das primeiras lojas no país -, mas que essa entrada “está mais demorada, pelo cenário econômico atual”. Ele não deu detalhes a respeito do atraso no planejamento das marcas no país.

“Há um ruído muito grande hoje e você não consegue ler com clareza o cenário do mercado de consumo no país. Então, as marcas estão mais cautelosas em selecionar a porta de entrada no Brasil, buscando uma opção mais certeira, em vez de ficar dando tiros por aí”, disse Cristina Betts, diretora de relações com investidores da Iguatemi.

Ela ressaltou, porém, que a Iguatemi não verificou cancelamento ou adiamento de acordos de aberturas futuras. “Temos diversas conversas acontecendo e não sentimos revisão de projeto das marcas. O que há não é um ambiente mais seletivo [para os investimentos]”.

Cristina ressaltou que o mercado pode estar descontando de forma exagerada o valor das ações das empresas de shopping, ao se pautar por um ambiente econômico mais adverso. “Há um descolamento do valor das companhias para o valor das empresas em bolsa. O setor todo está com desconto muito grande”, disse ela. Esse assunto tem sido tópico dos relatórios de analistas do setor.

A empresa prevê a abertura de um shopping e a ampliação de outros dois em 2014. Em 2013, foram três inaugurações e uma expansão. Estão previstos investimentos de R$ 508 milhões de 2014 a 2017 na abertura de novos empreendimentos – shoppings em Jundiaí (SP), São José do Rio Preto (SP), Outlet Tijucas (SC) e Outlet Nova Lima (MG). Essa soma não inclui desembolsos em expansões.

Para 2014, a companhia reiterou a projeção de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões, com margem de 72% a 75%. O Bank of America Merrill Lynch (BofA) manteve a recomendação de compra para as ações e o preço-alvo de R$ 29. Na avaliação dos analistas Guilherme Vilazante e Daniel Gasparete, do BofA, os resultados da Iguatemi foram positivos. O lucro líquido atribuído aos acionistas cresceu 6,5% no quarto trimestre, para R$ 56,5 milhões, e a receita líquida subiu 21%, para R$ 127 milhões.

Entre os dados apontados como negativos está o aumento na relação dívida líquida/Ebitda, de 1,9 vezes em setembro para 2,6 vezes em dezembro. “Isso reflete investimentos que foram feitos e não geraram Ebitda ainda. Ainda teremos algum aumento nesse índice e depois tende à queda”, disse Cristina. (Colaborou Cibelle Bouças)

 

Fonte: https://www.valor.com.br/empresas/3475842/grifes-mostram-cautela-com-brasil#ixzz2vn4FOx3F

 

 

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