Glencore garante IPO da CSN Mineração com cheque de R$ 1,3 bi
A oferta pública inicial (IPO) da CSN Mineração teve uma madrinha: ninguém menos do que a gigante anglo-suíça Glencore. Sozinha, a multinacional que opera de trading, a mineradoras, passando por postos de gasolina, ancorou a transação e fez um cheque de nada menos do que US$ 250 milhões, o que dá mais de R$ 1,3 bilhão. Levou para casa 25% de toda a oferta e ficou com uma participação de 3% na empresa.
A oferta inteira somou R$ 5,2 bilhões e saiu no piso da faixa indicativa de preço, a R$ 8,50 por ação. Com isso, a CSN Mineração, dona da mina Casa de Pedra e outros ativos de minério mais uma participação na ferrovia MRS, foi avaliada em R$ 47,5 bilhões.
Quando começou, ainda no ano passado, a conversar com o mercado, o controlador da CSN, Benjamin Steinbruch, buscava uma avaliação de pelo menos R$ 70 bilhões para a controlada, mirando uma operação com potencial de R$ 10 bilhões, entre oferta primária e secundária. Pensou até em R$ 100 bilhões. Desde aquele momento, contudo, o mercado vinha sinalizando que a avaliação para o negócio deveria ser menor.
A Glencore, que tem se posicionado como um importante parceiro comercial da CSN Mineração, nos últimos dois anos, foi o fiel da balança do IPO. Garantiu a colocação.
Desde fevereiro de 2019, a multinacional já fez três pré-pagamentos de compra de minério à CSN Mineração, por contratos de longo prazo. No primeiro, desembolsou US$ 500 milhões pela entrega de 22 milhões de toneladas de minério em cinco anos. No segundo, ainda em 2019, pagou mais US$ 250 milhões por outras 10 milhões de toneladas, a serem entregues no mesmo prazo. Por fim, no ano passado, a trading internacional adiantou mais US$ 115 milhões por mais 4 milhões de toneladas.
O valor colocado pela trading é exatamente o saldo que irá para o caixa da CSN Mineração. A companhia tem pela frente um plano de investimento gigantesco, uma vez que pretende levar a capacidade produtiva das atuais 33 milhões de toneladas de minério de ferro anuais para nada menos do que 108 milhões de toneladas até 2032. Os investimentos necessários para isso pela empresa são estimados em mais de R$ 30 bilhões.
O saldo restante da oferta, cerca de R$ 3,9 bilhões, foi para o caixa da controladora CSN e vai ajudar a empresa no processo de redução de alavancagem…. Fonte: Exame … Leia mais em brasilminingsite 15/02/2021