SÃO PAULO – O desmanche do grupo EBX, de Eike Batista, deu algum fôlego ao fraco movimento mercado latino-americano de fusões e aquisições em outubro, aponta uma pesquisa realizada pela Merrill Data Site, em parceria com a consultoria Mergermarket.
Segundo o levantamento, foram fechadas apenas 30 transações no mês passado, no valor de US$ 3,5 bilhões, o que torna muito difícil o quarto trimestre deste ano se iguale aos US$ 33,3 bilhões movimentados um ano antes.
Os principais negócios na região no período referem-se à venda de ativos das empresas de Eike. O maior deles foi a venda de uma fatia de 65% da MMX Porto Sudeste para o fundo arábe Mubadala e para a empresa holandesa Trafigura por US$ 1 bilhão.
Eike também anunciou a venda de 67% da unidade de gás natural da petroleira OGX, a OGX Maranhão, para a Cambuhy Investimentos, de Pedro Moreira Salles. O contrato estabelece que, na primeira parte do negócio, a Cambuhy comprará R$ 200 milhões em novas ações da OGX Maranhão, seguido por um pagamento de R$ 200 milhões à OGX pela fatia restante na companhia.
O programa de venda de ativos não estratégicos da Petrobras também está impedindo um ano ainda mais letárgico para o mercado de fusões e aquisições na América Latina, aponta a pesquisa. A petroleira estatal pretende vender até US$ 9,9 bilhões em ativos nos próximos anos para financiar seu plano de exploração das reservas do pré-sal.
No acumulado do ano, o Brasil segue como o maior mercado de fusões e aquisições na América Latina, com 264 acordos, totalizando US$ 37,2 bilhões. O México vem em seguida, com 55 negócios, avaliados em US$ 10,8 bilhões, seguido pelo Chile, com 44 operações, no valor de US$ 5,4 bilhões.
(Natalia Viri | Valor)
Fonte: Site Valor Econômico