À espera do aporte de R$ 746 milhões que tornará a gestora saudita Salic dona de quase 20% de seu capital, a Minerva Foods quer conciliar aquisições e forte redução da alavancagem em 2016. O diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle projetou que, no fim de 2016, o índice de alavancagem (relação entre a dívida líquida e o Ebitda em doze meses) estará entre 2,6 e 3 vezes, bem abaixo das 4,8 vezes de 30 de setembro – o último dado divulgado.
A expectativa da Minerva não é que o índice de alavancagem, que subiu consideravelmente em 2015 devido à apreciação do dólar sobre o real, já sofra uma redução importante em março, com a conclusão do aumento de capital liderado pela Salic. Mas a estratégia de desalavancagem não ficará restrita ao reforço financeiro dos sauditas. Para fazer jus à expectativa traçada para o fim de 2016, a Minerva também conta com melhoras operacionais.
Nesse sentido, ele citou o frigorífico paraguaio Expacar, arrendado em agosto de 2015, e o colombiano Red Cárnica, cuja aquisição foi concluída também em agosto. Nos dois casos, as unidades estão no chamado processo de “ramp up”, ou seja, ainda vão atingir a eficiência e nível de utilização de capacidade média da Minerva. Além disso, essas unidades também representam um aumento de produção de carne bovina, já que ainda não integravam a companhia em boa parte de 2015.
Para Ticle, o interesse da Minerva em aquisições também está completamente em linha com os planos de desalavancagem, uma vez que a empresa busca aquisições de empresa por “múltiplos baixos” (a relação entre o valor empresarial e o Ebitda do negócio adquirido). Neste ano, os alvos prioritários da Minerva para aquisições serão Colômbia e Argentina.
Fonte: Valor Econômico