SÃO PAULO (Reuters) – A CPFL Energia avaliará as distribuidoras de eletricidade que a estatal federal Eletrobras comunicou na semana passada que pretende vender até o final de 2016, afirmou a jornalistas nesta segunda-feira o presidente da holding privada, Wilson Ferreira Jr.
“Distribuição não é um negócio de escala e geografia… estamos falando de distribuidoras distantes das nossas, mas em escala certamente podem agregar valor… e temos capacidade de operar (as concessões) de forma mais eficiente”, disse Ferreira, após participar de mesa redonda sobre energia renovável em São Paulo.
As concessionárias que a Eletrobras predente colocar no mercado atendem Acre, Alagoas, Piauí, Rondônia, Roraima, Amazonas e Goiás, sendo que a goiana, Celg-D, será a primeira, segundo proposta que a estatal submeterá ao Conselho de Administração em 28 de dezembro.
Havia a expectativa de que a Celg pudesse ser vendida ainda em 2015, mas a Eletrobras não retornou pedidos de esclarecimento sobre a data do negócio.
A CPFL, que opera distribuidoras de energia no Estado de São Paulo e no Rio Grande do Sul, já havia adiantado o interesse em avaliar a Celg, justamente pela maior proximidade da concessionária com as suas empresas.
Questionado sobre a possibilidade de a Eletrobras encontrar compradores em meio a um cenário conturbado da economia do Brasil, Ferreira citou como exemplo o leilão de hidrelétricas existentes da semana passada, no qual todos ativos atraíram investidores, viabilizando uma arrecadação de 17 bilhões de reais para o governo federal por meio de bônus de outorga a serem pagos pelos vendedores.
“O segredo do sucesso não é esse, bons ativos, boas perspectivas regulatórias e jurídicas… não tenho dúvida de que, tomados esses cuidados, há uma chance boa de atrair capital”, disse Ferreira.
(Por Luciano Costa)