O diretor da Air Tkt, que reúne 11 consolidadoras aéreas, Cássio Oliveira, participou esta manhã de um evento em parceria com a KPMG, para apresentar aos associados os “Desafios e Oportunidades no setor de Turismo”. Cerca de 20 profissionais participaram do evento e ouviram perspectivas sobre a economia do País, a tendência de fusões e aquisições e as oportunidades para o turismo. “Olhando o histórico do Brasil, 2015 não está ruim. É que estávamos acostumados com um cenário de crescimento”, disse Julia Wilson, da KPMG, que aposta na recuperação a longo prazo do País.
Segundo ela, o Brasil tem vários fatores que contam a favor nesse momento, como a população jovem e aberta, receptiva a novas tecnologias e a novos modelos de negócios. “A mentalidade empreendedora também ajuda muito”, disse ela, destacando que a saída, ainda mais durante a crise, não é inovar. E inovar pode ser romper com sua base de receita, como já fez a Apple algumas vezes, se juntar a concorrentes (em aquisições e fusões) e criar spin-offs, quando a “nova empresa” não é bem diferente e com outra cultura que a tradicional.
Luiz Motta, de Fusões e Aquisições na KPMG, disse que quem não participa do atual momento de consolidação de empresas terá mudanças em seus negócios, como a obrigatoriedade de atuar e nichos, perda de share, rentabilidade e acesso à tecnologia e capital, e até saída do mercado.
AÉREO
O diretor da Air Tkt disse que o mercado de Turismo está sim complicado e que esse cenário deve continuar por 2016. “Ontem entraram nos sistemas tarifas internacionais com desconto para março, sinal de que a previsão de demanda menor continua, por causa da oscilação do dólar”, explicou Cássio Oliveira. Segundo ele, este ano as vendas de passagens aéreas internacionais caíram 40% em dólares, em relação a 2014 e o número de passageiros entre 10% e 20%. “Vai ter uma hora que a tarifa vai ter de subir. Já estamos vendo cortes significativos da oferta internacional”.
No doméstico, a tarifa está mais estável, segundo a Air Tkt, mas a hotelaria nacional disparou os preços para capitalizar sobre a dificuldade de se viajar para o Exterior. “Não estão sabendo aproveitar bem a oportunidade. Não não é aumentando os preços que atrairão os brasileiros”. Ainda sobre o mercado, Oliveira acredita que a consolidação de empresas não é sim uma forte tendência. “Cada um tem de achar sua complementaridade”, finalizou.