A americana Dell anunciou nesta quinta-feira (12) que aprovou uma oferta de US$ 24,8 bilhões (cerca de R$ 56,6 bilhões) de seu fundador, Michael Dell, para fechar seu capital, encerrando meses de conflitos com grandes investidores e potencialmente removendo incertezas sobre a terceira maior fabricante de computadores do mundo.
Acionistas aprovaram a operação em uma reunião especial nesta quinta-feira, em Austin, Texas. Com base nos resultados preliminares, a oferta foi aprovada e a operação deve ser concluída antes do fim do terceiro trimestre fiscal da Dell, que termina no dia 1º de novembro.
A empresa afirmou que, com base em uma votação preliminar realizada em um encontro especial, os acionistas aprovaram a fusão, que deve ser concluída no terceiro trimestre do ano fiscal de 2014 da companhia.
Assim como outras fabricantes de computador, a Dell sofreu um forte baque nos últimos anos, por conta da migração de consumidores dos PCs de mesa e de laptops para os tablets e outros dispositivos móveis.
No mês passado, a Dell relatou uma queda de 72% nos lucros durante o último trimestre. As ações da Dell caíram mais de 40% desde que Michael Dell retornou ao cargo de presidente-executivo, em 2007.
Michael Dell, que está fazendo a oferta com um grupo de investidores e de financiadores, disse que ele pode reverter essa situação, mas que o processo envolverá uma reforma dolorosa e que deve reduzir seus rendimentos durante outro ano ou outros dois.
Dell disse que a renovação será mais fácil de ser realizada se estiver longe da fixação de Wall Street por resultados de curto prazo.
Michael Dell, que fundou a companhia com seu nome em 1984 em um dormitório universitário, e sua sócia Silver Lake lutaram por meses para convencer investidores céticos de que sua oferta era a melhor opção para a companhia. Nesta semana, o executivo e empresário ganhou vantagem depois que um de seus principais oponentes, Icahn, desistiu da disputa ao afirmar que seria “impossível vencer”.
REESTRUTURAÇÃO
Michael Dell tem defendido que a reformulação de sua companhia em direção a uma fornecedora de serviços de computação para empresas nos moldes dos tomados pela IBM não é uma transformação complexa que será melhor promovida longe dos holofotes do mercado acionário, por isso a necessidade de fechar seu capital.
“Assim que o negócio for consumado, eles poderão seguir adiante e concluir grandes negócios de infraestrutura em que estavam trabalhando”, disse a analista Shannon Cross, da Cross Research, à Reuters.
Mas ainda não está claro se a Dell poderá reforçar seu portfólio de armazenamento de dados, rede e software para rivalizar com a HP e outras empresas rivais. Alguns analistas acreditam que a estratégia pode ter vindo muito tarde, uma vez que grande parte do mercado corporativo já está sendo atendido por IBM e HP.
Fonte: Jornal Folha de S.Paulo
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