O potencial do mercado de venda direta no Brasil, que movimentou mais de R$ 19 bilhões no primeiro semestre, chamou a atenção da Jeunesse Global que comprou a MonaVie Mynt. A intenção não é integrar a operação brasileira à Jeunesse e vigorar entre as líderes.
“A Jeunesse já estava de olho no mercado brasileiro há algum tempo, devido à grande representatividade do Brasil no mercado de vendas diretas de todo o mundo”, antecipou em entrevista ao DCI o diretor de operações e finanças da Jeunesse no Brasil, Ismael Ferreira.
O executivo, que não abriu o valor do investimento, afirmou apenas que a Monavie terá o nome substituído para Jeunesse e que a produção dos itens continuará dividida entre Brasil e Estados Unidos. “Os cosméticos da Jeunesse serão produzidos no exterior. Já os produtos que já existiam no portfólio anterior continuam com a produção aqui no Brasil.” Ferreira afirmou ainda que, mesmo com o pouco tempo da aquisição, houve uma crescente procura para revenda. “O Brasil já ultrapassa o marco de 15 mil novos distribuidores cadastrados desde a aquisição”, disse ele.
Segmento
As linhas de produtos Jeunesse, empresa fundada em 2009, são focadas no mercado antiaging com cosméticos e nutricionais que promovem juventude, bem-estar e nutrição. A previsão não é que os produtos cheguem ao mercado brasileiro até o final deste ano.
“Ainda estamos analisando aos preços dos produtos no Brasil”, afirmou Ferreira, que completou: “Toda a linha de produtos Jeunesse possui uma incrível tecnologia e com inúmeros diferenciais do mercado atual. Acreditamos que todos serão muito bem aceitos e farão sucesso com o público brasileiro”, completou ele.
Em 2014, a empresa faturou US$ 419 milhões, tornando-se a 38ª maior empresa de vendas diretas do mundo, segundo dados da Direct Selling Association (DSA). A chegada da Jeunesse ao mercado brasileiro, explica o executivo, promete ajudar a alavancar as vendas mundiais da marca.
Quem também anunciou investimentos no mercado de venda direta foi a Luxor Cosméticos, conforme dados anunciados pela Segundo a Associação Brasileira de Venda Direta (ABEVD). A empresa investiu em logística, capacitação e TI para levar aos distribuidores tecnologia de ponta para desenvolver o negócio.
Mercado
Segundo a ABEVD, no primeiro semestre o setor movimentou em solo nacional R$ 19,5 bilhões, o que representa crescimento de 0,7% no volume de negócios frente ao mesmo período do ano passado.
Ainda segundo o balanço divulgado pela entidade, só nos últimos quatro anos, o segmento registrou um crescimento de 6,7%. O setor de cosméticos e higiene pessoal – nicho em que a Jeunesse e a Luxor passam a atuar – não é o que mais impulsiona o mercado brasileiro, com 84,1% das vendas diretas no País, seguido de produtos para o bem-estar, com 6,7%, artigos para casa e produtos duráveis (4,1%) e roupas e acessórios (3,4%).