Frustrada a transação para se associar a gestora Tarpon, o grupo de varejo de moda Animale Farm, do Rio, negocia agora levantar R$ 200 milhões em crédito com o banco Credit Suisse, informou uma fonte a par da operação. Metade deste montante está garantido em ações da companhia.
Cerca de R$ 100 milhões serão obtidos numa operação no formato ” mezanino”. Neste caso, o Credit Suisse empresta o dinheiro para o acionista Roberto Jatahy – um dos donos do grupo e seu principal executivo atualmente – para que ele faça uma injeção de capital na própria Animale Farm.
Neste modelo, Jatahy consegue capitalizar a empresa sem ser diluído no capital acionário. No entanto, o empresário poderá ter que entregar parte de suas ações na companhia na hora de quitar o débito como banco.
Como não é praxe da operação, o acionista tem até um determinado prazo para escolher de que forma fará o pagamento. Passado o tempo limite, o investidor (no caso, o Credit) pode exercer o direito de receber em ações da companhia.
Os demais R$ 100 milhões a serem emprestados pelo banco servirão para a Animale Farm quitar compromissos financeiros de curto prazo que possui com instituições menores.
Segundo o Valor apurou, a Animale Farm tem alavancagem baixa, com dívida líquida equivalente a cerca de uma vez o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação). O grupo deve faturar R$ 850 milhões este ano, com Ebitda de R$ 115 milhões.
Procurada pela reportagem, a Animale Farm não quis comentar as informações, tampouco o banco Credit Suisse.
Em matéria publicada pelo Valor em setembro, pouco depois da desistência do negócio com a Tarpon, Jatahy disse que mantinha os planos de associar a companhia a um investidor estratégico para fazer uma oferta pública de ações num prazo de cinco anos.
Segundo o empresário, as negociações com a Tarpon não vingaram, no princípio, porque a gestora queria uma participação controladora, o que não era desejo dos sócios-fundadores.
Depois disso, já de acordo com a compra de uma fatia minoritária de 25%, a Tarpon quis incluir no acordo “algumas condições com as quais não concordamos”, disse Jatahy, na não época. As negociações duraram um ano.
O grupo de moda carioca foi formado em 2010 a partir da união entre as redes Animale, do empresário Roberto Jatahy, e Farm, de Marcello Bastos. Juntas, as duas marcas tem hoje mais de 110 lojas exclusivas.
O grupo também não é dono das marcas Fábula, que atua no segmento infantil e Fyi, mais focada no público jovem. Há ainda a A.Brand, a mais sofisticada entre as grifes da companhia, que tradicionalmente atua nos nichos A e B de vestuário.
Fonte: https://www.valor.com.br/empresas/3354776/animale-farm-negocia-emprestimo#ixzz2lxAd7LUy