A família Versace deu mais um passo para vender uma participação na casa de moda homônima ao convocar fundos de investimentos em participações para apresentar uma segunda rodada de ofertas até o fim do mês.
Entres os ofertantes por uma fatia de 20% a 30% na Versace estão, segundo fontes a par das negociações, a Investcorp, uma firma de investimentos com sede em Bahrein que foi dona da Gucci; a gestora de fundos Blackstone; o grupo de “private equity” londrino Permira, dono da Hugo Boss e que vendeu a Valentino em 2012; o fundo estratégico italiano FSI; e o grupo parisiense Ardian.
Os interessados foram chamados para apresentar um valor indicativo até o fim do mês e detalhar como veem as questões de governança com a família fundadora.
Os ofertantes vão reunir-se com os dirigentes da empresa em 25 de novembro, antes de apresentar suas propostas. As ofertas pela empresa, uma das últimas marcas italianas de luxo ainda independentes, deverão superar os € 850 milhões, o que equivale a mais de 12 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), de acordo com uma das fontes.
A Versace encarregou o Goldman Sachs e o Intesa Sanpaolo, em abril, de buscar novos acionistas interessados em injetar capital na empresa para financiar suas incursões na Ásia e América Latina.
A família, incluindo Donatella Versace, a estilista por trás da marca desde a morte do irmão Gianni Versace, em 1997, afirmou que a empresa busca vender menos de um terço das ações.
O grupo busca levantar cerca de € 150 milhões para financiar a expansão e também considera vender parte de suas participações por € 50 milhões a € 150 milhões, segundo fontes a par das conversas. Os Versace estão determinados a abrir o capital da empresa em cerca de três anos.
Os grupos de “private equity”, que normalmente vendem suas participações depois de três a cinco anos de efetivado o investimento, veem potencial na marca italiana, por ser uma das mais bem estabelecidas na cena de moda mundial, mesmo estando atrás das rivais em termos de vendas, lucro e alcance geográfico.
O analista Luca Solca, da Exane BNP Paribas, destacou que a Versace tem alcance internacional limitado em comparação às concorrentes, tem demasiada exposição ao mercado “prêt-à-porter”, de roupas prontas para usar, e tem uma “identidade maximalista”, que vai contra a tendência de “minimalismo austero”.
Os investidores de “private equity” observaram que a recuperação financeira da empresa familiar nos últimos anos, sob o comando do executivo-chefe Gianciacomo Ferraris, vem sendo notável. A casa de moda, que perdia dinheiro quando Ferraris entrou no grupo, vindo da Jil Sander, em 2009, agora tem Ebitda em torno de € 70 milhões.
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